Música Asa Branca e livro Vidas Secas abordam o contexto da seca no Nordeste


Ser forte não significa apenas resistir, representa também a sabedoria de escolher a hora certa para se retirar em um momento de perigo. Muito conhecida é a seca que castiga o nordestino, fazendo com que esse povo deixe sua região em busca de condições de sobrevivência. O momento de retirada dessas pessoas inspira a arte brasileira. Entre elas a canção de Luiz Gonzaga, ''Asa Branca'' e a literatura de Graciliano Ramos, no livro ''Vidas Secas.'' 
A música foi lançada no ano de 1.947 e o livro em 1.938. Atualmente o êxodo diminuiu, mas ainda acontece. Como a natureza tem seus caprichos ''O sertão continuaria a mandar para a cidade homens fortes, brutos como Fabiano, Sinhá Vitória e os dois meninos. '' A família inteira sai a procura de um abrigo salvador. Na canção o personagem faz seu percurso sozinho, mas promete voltar, com o verde da plantação. 
Já em ''Vidas secas'', o receio do contato com uma cultura desconhecida e a tentativa de criar esperanças para vencer o caminho faz os personagens se dividirem entre a saudade da terra natal e a promessa de nunca mais voltar.
Figuras presentes nas duas obras são os animais que também sofrem com a estiagem. A ave que dá nome a música Asa Branca partiu em busca de refúgio. Enquanto em ''Vidas secas'' a cachorra Baleia sofre e sonha com um osso cheio de tutano. A morte do gado serve como alerta para que os sertanejos consigam perceber o momento desfavorável. 
Tanto na música como na obra literária são apresentadas características da seca. Em ''Asa branca'' a terra é comparada com a fogueira, quente e vermelha, a mesma de ''Vidas secas'' , que logo no início apresenta como cenário uma planície avermelhada. O braseiro e o fornalho dão a dimensão do calor que Luiz Gonzaga quis retratar e Graciliano Ramos fala de uma manhã, sem pássaros, sem folhas e sem ventos.
Asa Branca é um baião, que foi composto por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Na voz de Luiz Gonzaga, a música fez e ainda faz sucesso nacional e internacional. ''Vidas Secas'', de autoria de Graciliano Ramos, fala sobre a seca do nordeste e também da secura nos atos dos personagens, que precisam dessas atitudes para resistir aos muitos obstáculos, impostos pela natureza. 

              

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